Implementada em 2014 pelo Ministério da Saúde no SUS (Sistema Único de Saúde), a vacinação gratuita contra o HPV (papiloma vírus humano) – que pode causar câncer de colo de útero, o segundo que mais mata mulheres no Brasil – foi resultado de sete anos de luta de Ana Perugini, na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Em 2007, em seu primeiro mandato como deputada estadual, Ana apresentou à Assembleia o projeto de lei 708/07, que propunha a imunização gratuita de meninas e mulheres de 9 a 26 anos. A ideia foi elogiada e apoiada por sociedades médicas como a Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
Foram anos de trabalho de conscientização sobre formas de prevenir a doença e a necessidade de garantir o acesso gratuito ao imunizante, que só era encontrado em clínicas particulares. Ana Perugini organizou uma série de reuniões e debates envolvendo especialistas, mas a proposta foi ignorada pelo governo estadual.
Em 2013, a deputada conseguiu aprovar a lei 15.098, que estabeleceu 11 de março como Dia Estadual de Combate e Prevenção ao Câncer de Colo de Útero. No mesmo ano, Ana levou a proposta para análise do então ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A vacina foi incluída no calendário do SUS e está disponível em todo o país. Inicialmente, o imunizante era aplicado apenas em meninas de 11 a 13 anos. Hoje, meninas de 9 a 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos podem ser vacinados gratuitamente em qualquer unidade de saúde. A imunização é feita em duas doses ao ano, sendo a segunda seis meses após a primeira.
Mulheres imunossuprimidas de até 45 anos, com maior propensão para o desenvolvimento de lesões tumorais e verrugas genitais, e homens com imunossupressão de até 26 anos também conquistaram o direito à imunização. No entanto, Ana Perugini quer ver seu projeto plenamente atendido, com meninos, meninas, homens e mulheres de 9 a 26 anos sem fatores de risco prevenidos anualmente contra o HPV.