Projeto que prevê benefícios para donas de casa como aposentadoria será tema de conversa com Hildete Pereira de Melo, professora da Universidade Federal Fluminense
A deputada estadual Ana Perugini realiza na segunda-feira (26), a partir das 18h30, a live “O ‘PIB da Vassoura’ e a valorização do trabalho doméstico não remunerado”. Para debater o assunto, a parlamentar receberá a economista Hildete Pereira de Melo, professora na UFF (Universidade Federal Fluminense) e especialista em trabalho e desigualdade de gênero. A conversa será transmitida pela página da deputada no Facebook.
Na transmissão ao vivo, Ana e Hildete explicarão o que é “PIB da Vassoura”, projeto apresentado pela parlamentar, em 2017, à Câmara dos Deputados e, recentemente, à Assembleia Legislativa de São Paulo.
Atualmente, a proposta tramita na Câmara dos Deputados, onde já obteve parecer favorável da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde aguarda análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
O QUE É O ‘PIB DA VASSOURA’?
O projeto prevê a inclusão da chamada economia do cuidado no SCN (Sistema de Contas Nacionais), mecanismo usado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para aferir o fluxo de produção e o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Isso significa contabilizar o trabalho doméstico não remunerado – majoritariamente realizado por mulheres – e assim mensurar a sua importância econômica para o país.
A ação joga luz a um trabalho muito pouco reconhecido pelo Estado brasileiro, tanto em sua existência quanto na constituição de políticas públicas em seu favor.
POR QUE DA INICIATIVA?
Com o PIB da Vassoura, Ana busca o reconhecimento das donas de casa como pessoas economicamente ativas e compensação pelos anos dedicados aos afazeres domésticos e o cuidado com os filhos, enfermos e idosos. A partir da aprovação da proposta, a ideia é facilitar, por meio de políticas públicas, o acesso a benefícios como aposentadoria.
“Com o chefio de 50% dos lares brasileiros por mulheres, nós temos que levar em consideração a qualidade de vida dessas mulheres e o reconhecimento da nação a elas, que mantêm essa estrutura da economia, o que não é feito hoje”, afirma. “Muitas vezes, a mulher diz que não trabalha, que é dona de casa, mas não sabe o valor que traz para a economia”, conclui Ana.
RECONHECIMENTO
Em função da importância socioeconômica, a proposta foi tema reportagem especial no jornal “O Globo”, e Ana foi convidada pela ONU Mulheres a participar da 15ª Reunião Internacional de Especialistas sobre Uso do Tempo e Trabalho Não Remunerado, realizada na Cidade do México e promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas), por meio da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
QUEM É HILDETE?
Graduada em ciências econômicas pela Universidade Federal da Paraíba (1966), possui curso de especialização em Desenvolvimento Econômico pela Université de Toulouse (França), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979) e doutorado em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993). Desde 1972, é professora da Universidade Federal Fluminense.
Além disso, foi gestora pública da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República em 2009/2010 e depois entre 2012 e 2014.